O sistema de som ideal para você

19/11/2021

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Erick Bonder

Por: Erick Bonder

Fotos: Reprodução

19/11/2021

A leitura das ranhuras de um disco de vinil é uma tarefa complexa. Em outro post já explicamos que a agulha, no seu trabalho conjunto com a cápsula, é responsável pela captação das músicas impressas nos sulcos dos LPs. Após esta primeira etapa, na qual a informação entra no sistema do toca-discos, ainda existe um segundo desafio para que você possa ouvir todos os sons da sua coleção. É necessário aumentar a potência sonora da música captada pela agulha, que é, neste primeiro momento, extremamente baixa. E é aí que entram os três personagens sobre os quais vamos falar hoje: pré-amplificadores, amplificadores/receivers e caixas de som.

Se você já coleciona LPs há um bom tempo, provavelmente já sabe do que estamos falando. Mas se você está começando agora, pode ser que pareça que estamos escrevendo em outra língua. Na verdade, muitos dos termos do mundo do vinil realmente são em outro idioma, o inglês. Mas não se preocupe, ao longo do tempo tudo começa a fazer sentido.

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Explicando o pré-amp

Os pré-amplificadores são responsáveis pela conversão do sinal de áudio analógico de baixo nível dos toca-discos em um sinal de linha, que possibilita potências de áudio maiores, compatíveis com amplificadores e receivers. Em outros termos, o pré-amp prepara o som extremamente baixo, que surge do contato da agulha com o LP, para que ele possa ser reproduzido em maior potência pelas caixas de som. Entretanto, ainda não são os pré-amplificadores que aumentam de fato a potência – como dissemos, eles apenas preparam o terreno, aumentando a tensão do sinal, mas ainda são necessários outros componentes para realizar a amplificação real.

Essas peças podem ser encontradas em separado, mas em muitos casos já vêm embutidas nos toca-discos ou nos amplificadores, receivers e caixas de som ativas. Os pré-amps avulsos compatíveis com o sinal analógico dos toca-discos possuem a entrada phono, necessária para o funcionamento do sistema, caso o toca-discos ou receiver não tenha pré-amp embutido. Se seu toca discos já tem um pré-amplificador, você pode ouvir os seus LPs simplesmente conectando a entrada auxiliar de caixas de som ativas direto nele ou ligando-o em um amplificador/receiver, também pela entrada auxiliar. Caso contrário, você vai precisar de um pré-amp dedicado junto com caixas ativas, ou de um amplificador/ receiver que já venha pré-amplificado.

Se você ligar dois aparelhos com pré-amplificadores um no outro, eles não funcionarão. É por isso que, quando seu toca-discos já é pré-amplificado, você deve ligá-lo na entrada auxiliar (que é uma entrada convencional) dos seus outros aparelhos.

O que é um amplificador? Qual a diferença para um receiver?

Após passar pelo pré-amplificador e ser transformado em sinal de linha, o áudio do  toca-discos precisa ter sua potência aumentada, para somente então sair pelas caixas de som. O papel de um amplificador é justamente esse: aumentar a potência do sinal de áudio captado dos LPs e realizar sua distribuição até um conjunto de alto-falantes. Normalmente possuem uma única entrada e uma única saída. Muitos amplificadores já vem com pré-amp de entrada phono embutido (esses modelos são chamados de amplificadores integrados).

Já um receiver é basicamente um aparelho que, normalmente, já vem com pré-amplificador e amplificador, além de rádio e diversas entradas (auxiliar, phono, CD, entre outras). Ao contrário dos amplificadores, os receivers muitas vezes conseguem distribuir o som para mais de um conjunto de auto-falantes. Se você possui um amplificador dedicado, provavelmente não vai precisar de um receiver (e a afirmação inversa também é verdadeira), a não ser em casos muito específicos.

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A função das caixas de som

Por fim, as caixas de som, que são sistemas acústicos de madeira ou plástico ao redor de alto-falantes, reproduzem o som final. Os alto-falantes recebem o sinal inicial captado pela agulha amplificado em forma de eletricidade. Esse sinal faz com que o imã que existe no diafragma dos alto-falantes vibre, gerando, então, o som. Somente assim, após o sinal de áudio passar por todas essas etapas, desde a agulha, até as caixas de som, passando pelo pré-amp e pelo amplificador, você consegue aproveitar todos os detalhes das músicas gravadas nos seus discos.

Para montar o seu sistema, você pode optar entre dois tipos de caixas de som: as ativas e as passivas. As caixas de som ativas já são amplificadas (muitas vezes até pré-amplificadas) e, por isso, você não precisa necessariamente de um amplificador ou receiver para usar esse modelo. Já as caixas passivas precisam ser usadas junto com um amplificador ou receiver.

Importante notar que cada caixa possui a capacidade de reproduzir potências específicas, que devem ser compatíveis com a do seu amplificador. Também vale ressaltar que, caso você possua uma caixa ativa, você não pode ligá-la junto com o amplificador do receiver. Neste caso, serão dois amplificadores funcionando juntos, e você pode queimar seus equipamentos. Fique atento a esses detalhes.

Escolha o sistema de som ideal para você

No nosso post de dicas sobre como escolher seu toca-discos, já dissemos que você deve sempre manter certa flexibilidade na hora de comprar seus equipamentos. O que chamamos de sistema ideal pode, muitas vezes, não ser o sistema ideal para você, por estar fora do seu orçamento disponível no momento. Recomendamos sempre que você comece por onde consegue começar. E esperamos que as noções básicas passadas nesse texto também ajudem você a tomar a melhor decisão.

É você que deve montar esse quebra-cabeças, optando por uma configuração ou outra. Conforme estávamos dizendo, muitas vezes um aparelho substitui o outro, ou possui o outro embutido. Se seu toca-discos possui pré-amplificador e você está começando, quem sabe você precise somente de uma caixa de som ativa (amplificada). Se seu toca-discos não possui pré-amplificador, você pode optar pelo aparelho em separado e mais um amplificador, ou somente por um receiver com entrada phono e um par de caixas passivas. São diversas as possíveis combinações para montar o sistema ideal e tirar um bom som dos seus LPs.

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Erick Bonder

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