Cadernos de Chico Science são digitalizados e reunidos em acervo digital inédito

14/03/2023

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Gabriela Amorim

Por: Gabriela Amorim

Fotos: Carlos Ivan/ Agência O Globo/Reprodução e Divulgação

14/03/2023

Chico Science (1966-1997), líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, era conhecido por estar sempre acompanhado de um bloco de notas, onde lançava suas anotações no papel, despertando sua verve poética. Estas anotações chegam a público através de um acervo digital inédito, lançado nesta última segunda-feira (13), data em que o pernambucano completaria 57 anos. “Chico tinha o hábito de acompanhar-se sempre de um caderninho, caderneta, bloco de notas, onde vida afora foi registrando suas ideias, escrevendo cartas, compondo músicas, anotando os seus pasmos com o belo e suas indignações com o mal”, explica Maria Goretti de França, irmã de Chico e responsável pela produção executiva e curadoria da ação.

O material que está exibido no site oficial do acervo foi guardado por sua irmã e reunido nove anos atrás por ela, Louise França, filha de Science, e Sonaly Macedo, amiga do pernambucano. A partir deste ponto de partida, o trio começou a pensar tanto na publicação do material como também na conservação e acondicionamento. As três assinam a curadoria do projeto que tem como propósito preservar a identidade do músico, vítima de um acidente de carro.

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Até o momento estão disponibilizados sete, dos 27, cadernos do pernambucano, que não possuem uma ordem cronológica. “Dá para brincar de detetive com os cadernos. Não temos certeza do ano de cada um, mas se você prestar atenção vai encontrar várias pistas”, diz Louise.

A cada três meses, a plataforma será atualizada com a publicação de mais sete brochuras, contribuindo com a circulação da memória cultural pernambucana. Além dos livros também deverão ser publicados no site mais de 100 folhas avulsas escritas por Chico. “Vamos entregar em doses homeopáticas, disponibilizando mais conteúdo, mais poesia, mais Chico, mais Chiquinho, mais Science”, afirma a irmã do pernambucano.

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Em uma das folhas soltas, disponíveis no acervo, também se consegue ler mensagens de seu cotidiano, como a exemplo uma de sua mãe, Rita Marques de França. No bilhete está escrito: “Chico: O amor é a melhor música na partitura da vida. Sem ele, você será um eterno desafinado”.

Dois anos atrás, o projeto recebeu o incentivo do Funcultura para garantir a conservação de todo o material que já estavam sofrendo a consequência do tempo, como alguns papéis que estavam apagando a tinta ou até mesmo rasgando. Com o auxílio, o acervo pôde ser encaminhado para a MUSEO – museologia e museografia, que ficou responsável pela catalogação, limpeza, conservação e digitalização dos registros.

“É uma fortuna termos todo o acervo preservado e acondicionado adequadamente, em meio físico também, para que possamos, futuramente, ter a sua guarda em uma estrutura física apropriada e disponível. Esse trabalho profissional foi fundamental para termos o site e assim cuidar da nossa memória e cultura”, revela Goretti.

O projeto tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

Chico Science foi morto em um acidente de trânsito em 1997, aos 30 anos, e integrou o movimento manguebeat, que completou três décadas ano passado. Em vida, o músico deixou dois discos gravados com o seu grupo: Da Lama ao Caos (1994) e Afrociberdelia (1996).


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14/03/2023

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