_por Daniel Sanes
@danielsanes
Disco:
O Pensamento É um Imã
Nota:
Três estrelas e meia
Depois de um início promissor, com o álbum virtual Teorias de Amor Moderno (2008) e o debut “oficial” Nem Sempre tão Normal (2009), a banda Vivendo do Ócio volta à carga com O Pensamento É um Imã.
Ouvindo as duas primeiras – e excelentes – faixas, “Bomba Relógio” e “Silas” (esta já com videoclipe), pode-se pensar que pouca coisa mudou no rock direto e sem firulas do grupo baiano. Mas a evolução do quarteto é notória, especialmente nas letras e nos vocais de Jajá Cardoso, enquanto a produção, a cargo de Rafael Ramos e Chuck Hipolitho, com mixagem de “Big Bass” Gardner (Foo Fighters, Queens of the Stone Age) é a melhor que a VDO já teve.
Mais aberta a experimentações, a banda consegue conciliar aqui suas influências mais óbvias – alguém falou em Arctic Monkeys? – a novos elementos. “Por um Punhado de Reais” é uma referência clara ao western Por um Punhado de Dólares; “Dois Mundos” tem o mérito de juntar eletrônico e MPB sem parecer forçado; já “O Mais Clichê”, com uma canja de Dadi, baixista dos Novos Baianos, pende para o regional.
Em um primeiro momento, a melodia de “Radioatividade” remete ao emo, mas a letra e o refrão contagiantes amenizam essa impressão, e a faixa tem tudo para ser o próximo single. Em “Nostalgia”, o grupo, hoje batalhando em São Paulo, se une aos também baianos Pitty e Martin para uma tocante homenagem a sua terra natal.
Em O Pensamento É um Imã, a VDO inova sem perder a identidade. Na verdade, é agora que está começando a encontrá-la.